quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Posso brincar de colorir com outros hidrocores?

Ócio, monotonia, vazio, desistímulo. Cadê a graça?
O tempo passa depressa, trabalho-curso-faculdade, mas e a graça?
Minha reclamação costumeira é essa, não é prepotência.
Como se os motivos fossem poucos, sem duração, superficiais.
Como se as obrigações fossem só... obrigações. 
Nem responsabilidade possuem...

Sexta-feira, chega logo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Exaustão

T diz:
É sobre as pequenas dores que ocupam os grandes espaços?

C diz:
É.

Súbito

Eu queria deixar bem claro que não sou uma pessoa infeliz. Que sei ser boazinha e amável. Sei cumprimentar crianças e atravesso velhinhos nos sinais. Queria deixar claro que nostalgia não é frustração e não me torna depressiva. Eu adoro viver. Só ainda não me adaptei ao mundo. Ainda sou criança, apesar da idade. Sou imatura, admito. Mas eu queria deixar bem claro que ler e escrever sobre o que sinto, não é sinônimo de fraqueza. Que Clarice Lispector não é só escuridão e Caio Fernando Abreu não é só dor. Queria deixar certo que esses dois são essência que respondem. Das muitas perguntas, eles respondem. Queria deixar claro que escrever qualquer bobagem, como essa aqui, é uma forma de libertar, mesmo que já esteja solto. Que não pretendo atingir ninguém - mentira, que não preciso de conselhos - mentira, e que não preciso explicar tudo que vi. Queria deixar bem claro que minha verdade é congestionada porque a deixo subtrair pelos olhares alheios, mas que não faz de mim uma fingida. E por fim, preciso dizer que de amor estou farta, mas totalmente madura do que quero.

Ass.
Alter ego.

Não faça isso comigo, Caio.

“Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo para que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. e não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas, encontros transferidos. No plano REAL: que história é essa? No que depende de mim, estou DISPOSTO e ABERTO.”

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Argh

Ando meio chata, mas tão chata que não consigo olhar nos olhos das pessoas. Medo de perguntas, de ser obrigada a respondê-las. Ando meio chata porque tenho visto a vida passar e as coisas permanecerem ou tenho visto as pessoas passarem e nada ocorrer. Chata com a minha idéia de ser útil, odiando ser. Queria ser significativa e não útil, e por não ser, deixo de ter. De ter abraços, carinhos, companhia... Que ruim. Me torno chata, é inevitável. Questiono as coisas ao pé da letra. Fico triste, mas guardo. Começo a ver que se eu não fizer, não acontece. Se eu não fizer, as coisas permanecem. E só sou eu é? Ai fico chata porque constato que sim. Mais chata ainda porque sabendo disso, me torno fria, ausente e... chata. Chega uma hora que minha chatice é tão grande, que me fragilizo. Digo a mim mesma que minha chatice é cafona, mas como não ser se o mundo mesmo sendo bomSebastião, está tão chato?

Bobeira:

Quem sabe eu ainda esteja esperando o ônibus da escola...
É um risco. Mesmo sabendo que os riscos sempre foram evitados. Na infância ainda eram concedidos, misturados com adrenalina, euforia e descoberta. Depois dos quinze, não. Abominados - uma placa com um xis vermelho riscado. Foi assim desde então; sempre precavida, desconfiada, perfeccionista, medrosa, moralista. Mas aí, rara vez, arrisquei. Escutei com a voz da inexperiência, com ajuda da ingenuidade (pior que sim) e mefudi.com. Não se arrependa, mas seja conseqüente. Não sei se me arrependo, acho que não, ainda não. Talvez a indelicadeza não seja apenas minha, porque ainda sei ser o que sempre fui. Mas a conseqüência me deixou sem espaço, sufocada às custas de ter arriscado e, agora, estou colhendo os frutos desse risco... E pode crer, estão amargando.

Pág 19

Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.


Clarice.

sábado, 25 de outubro de 2008

Cabernet Sauvignon

Sábado em casa, vinho e lembranças. Alguns deveres e promessas revistas. Com vontade de viajar, de estar na praia. De rede. Saudade de me balançar. Então, vinho pra balançar a alma. Pra impedir que tudo fique monótono. Que minha vontade de permanecer seja atendida e esteja disposta. Clarice retomou, Caio retomou, a paciência também. Se meus pedidos fossem alcançados hoje, eu sairia daqui e pediria mais uma dose. Bebo só porque encontro muitas de mim. Um ou dois goles, ou vários ao mesmo tempo, me trazem a vida. É minha retomada, meu único juízo. Tudo o que digo só é entendido assim, na vastidão inebriada e embriagada que possuo. Faz sentido.

Outra garrafa?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Post para lembrar

Amanhã venho falar de hoje, porque agora, beibe, no condition.

Iraquiando

Descobri que a cachorra de olhos-de-vidro Mirabela se chama Biribela e, que tinha posto até apelido - Miri. Descobri também que, às vezes, minha ansidade passa pra comida. Feito louca, cinco pedaços de pizza, um atrás do outro. Isso é terrível. Também descobri que posso rir fazendo o mesmo som de uma mobilete e que, nunca, deitar numa graminha foi tão alucinógeno e subir escadas a coisa mais difícil do mundo. Sentisse a pressão? De se entregar a qualquer coisa, antes sem valor, mas depois tornou-se um pedaço de mim revelado, precioso. Que necesssita, de vez em quando, "aparecer" para que as coisas se tornem mais verdadeiras e menos suspeitas de fragilidade. Preciso me balear pra sentir alguma coisa que não seja lógico. Só porque odeio perder o controle das minhas ações, às vezes, não saber pra onde andar é se achar.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

From hell

"A palavra drama vem do grego dran, significando ação. Como se vê, sem conflito, sem ação, não existe drama. O homem é um ser diáletico, que se desenvolve a partir de conflitos. Fosse o homem despido de conflito, fosse a vida despida de problemas, o drama não existiria e, provavelmente, ainda estaríamos no paraíso".
Onde tudo começa?
No branco ou no preto?
Em que letra do alfabeto?
O astronauta procura nas estrelas;
A musa, na maré triste.
Eu, que amo as manhãs
Sem entendê-las,
Creio que tudo começa
Onde nada existe.

Claufe Rodrigues

Dualidade

A futilidade do sentimento, a grandeza do sentido. A covardia por não usá-lo, a coragem de tê-lo. A dor que esvazia, a cor que preenche. O prazer, o alívio, a incerteza, a pureza. O toque, o silêncio, a noite. O que amanhece, o que distancia, o som. Incoerência que gera medo. Liberdade que trás retorno... O único que se torna dois, os laços que se tornam nós. A metáfora, o subjetivo, o cru e amargo. A franqueza fraca, o pequeno detalhe. Grande desilusão. O dito não-falado. Âmago. O explícito coagido. A magia de ser sem ter, a crueldade de permanecer. O imposto sem ser pedido, a cobrança. A essência. A pergunta não feita e a resposta prevista.

domingo, 19 de outubro de 2008

Nã, nã, ni, nã, não

Queria que uma coisa aqui dentro dissesse não. Bem redondo e amargo. Só pra eu parar de sadô. Só pra eu ter vergonha na cara. Mas não, uma outra coisa, mais forte, diz: agüenta, agüenta. Aí vou levando, assim, desse jeito ridículo de agüentar. Como se minhas mãos tivessem vontade própria e quisessem continuar, mas têm medo. Covardes. Coitadinhas. De mim, eu acho. Que agora estou pedindo para que uma coisa aqui dentro negue e essa coisa não quer ser negada, porque dói. E quando dói, fodeu. Eu me distraio. A dor me excita. Porque adoro batalhar com o que pede pra ficar e o que está prestes a ir embora. O medo de dar o passo que pode desmoronar, por mim e pelo alheio.
Quero continuar e sei que vou meter a cara no chão. Quando sinto, é mais forte que dizer não no espelho, é mais forte que receber. Quando sinto que já se foi um pedaço e o outro está prestes a não acontecer - é que digo sim.
Como ligo o não e aprendo a ser gente?

sábado, 18 de outubro de 2008


Estilei.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

trânsito astrológico, vá se fuder

Neste período, que vai de 16/10 (hoje) às 16h18 a 18/10 às 13h54, a passagem da Lua pelo setor das crises pessoais pode significar um transbordamento de emoções e problemas que você tem tentado evitar nos últimos dias, Clarissa. O Sol em trânsito pela Casa 1 lhe chama à consciência, à clareza em relação a si mesmo. A Lua neste momento pede que você não faça de conta que não existem coisas que lhe incomodam e que dê atenção a estes pontos. O Sol na 1 lhe ajuda a ver as coisas com maior clareza, e a ter a coragem de romper com hábitos, padrões, pensamentos ou pessoas que não lhe servem mais. Reflexão para o período: do que eu preciso me libertar?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Alguns chops, comida e conversas apimentadas, carência afetiva mode on e um vazio assustador.
Vou andar com uma plaquinha, em néon, e fazer tipinho de menina boazinha que merece atenção. Mereço. Não só porque sou inútil, às 1h05, tri-louca de vontades e ir dormir pensando besteira. Não só porque recebi umas mensagens, porque me faltou dizeres mais cedo ou porque amanhã é um novo dia - faço o quê? Digo o quê?
Como dizer nada com nada? Vou dormir.
Tô com medo de escrever coisas certas demais com efeitos errôneos. (Gente, eu coloco parentese e escrevo errôneo bêba - ou quase lá). Ou dizer coisas que poderiam ser certas e estão erradas por falta de coragem.
Ai, me mereço. Assim só, assim tão eu, dramática e dolorida sem razão. Pontuada, subjetiva, carente, sozinha.
Mas merecia um abraço hoje, porque sou boazinha, sou.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

-

Tudo que eu mais queria no mundo, hoje, era só um abraço.

ORfuckinUT

Queria deletar o orkut.
Juro que nunca entendi (e sempre achei besteira) as pessoas fecharem a conta por ciúmes, pra evitar briguinha com namorado(a), porque descobria fofocas, fotos, recados alheios, não se queimar ou porque, no fim das contas, é uma perda de tempo. Reles mortais, minhagente, vamo perdoar. Ai hoje, abri meu scrapbook, apaguei umas mensagens pornográficas, reli umas antigas, vi as novas, fui parar em outros perfis (como sempre fiz), mas aí, do nada, plim! Deu um vazio. Me senti . Que merda é essa que fazendo -, pensei. Fiquei triste com uma ausência, puta com um recado, com ciúmes em outro... Jamais pensei. Até porque nunca tive faker, respondo todo mundo, tenho zilhões de comunidades, "amigos", mal deleto os recados, não fico vasculhando respostas ou descobrindo novidades da vida dos outros. Nunca fiz do orkut um artíficio negativo ou deixei que ele manipulasse minha liberdade (nunca fui seqüestrada por causa dele e nenhuma foto minha foi parar em site pornô). Mas aí, quase neurótica, voltei pra página inicial: Visualizações de perfil: Desde fev. 2006: 47.853, Semana passada: 397, Ontem: 44.
Comoassimbial
? Desde quando? DoismilESEIS? Morri.
Como assim todo esse tempo passou e eu nem notei? É como se essa merdinha fizesse parte de mim, de alguma forma. Que vício feladaputa. Que droga tê-lo, usá-lo. Deixar que me fizesse de marionete, impondo situações e querendo que eu fique puta, com raiva, com ciúmes, querendo saber isso e aquilo.
Pensei:
já basta olhares cotidianos, mensagens que não chegam, abraços que não são dados, saudade de pessoas perto e longe. Já basta. Que saco dar parabéns por orkut, que saco dar "oi" por orkut, dizer que ama, que tá com saudade, brigar por causa do. Vou nem falar dos depoimentos - esses são os piores, os anônimos, o dito não mostrado em público ou publicar para os outros verem... O quê mesmo?
Veja bem, eu faço tudo isso. Adoro mandar scraps, adoro escrever confissões por depoimento. (Reles: estou no clube!). Mas hoje fodeu. Fodeu. Por pouco não mandei toda aquela sensação virtual pro ar. Porque não o fiz?
Acho que é o cansaço.
Das coisas vagas,
da superficialidade.
das aparências que enganam.
Que saco.
Que saco não ter conseguido.

sábado, 11 de outubro de 2008

Fundamental

Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender





Tom J.

Tiro atingido

Ontem conheci o Iraq, bebi com Mirabela,
descobri cores no parede, li pedaços de mim mesma,
ri e vi meu sorriso, parei por um hora de questionar
e com as mãos vazias, mas feliz, voltei pra casa entregue.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

É minha só


É meu troféu, é o que restou
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor

A sala, o quarto,
A casa está vazia,
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

Marisa.




Não é de mais ninguém

0 e 10

O ruim de você estar bêbada é saber que daqui a algumas horas as coisas vão voltar a ser o que eram e daí, você vai perceber que o tempo passou, que você se fodeu em algumas partes do dia, que as coisas que você precisava fazer foram adiadas e que, meu bem, a realidade paralela dura pouco, bem pouco - você tem que se preparar para a dura amargura de ser e viver a sua, de verdade, sóbria e lúcida a algumas poucas horas adiantes. Meu tempo está terminando agora. Enquanto escrevo essas palavras, entre um delete e outro, e começo a tomar consciência que ter tirado o meu colar do olho-grego só fez me foder a alma. Assim como Marisa tocado baixinho no bar, o olhar do professor de "fazer o quê?", a carta não entregue e... o ônibus perdido às 22h. Ok. Eu também tirei um dez, bebi umas cervejas, troquei umas idéias legais e fui feliz. Pelo menos das 24h, umas quatro eu fui feliz.
Obrigada, santo otimismo. Preciso ser perdoada de vez em quando.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eu já disse aqui que odeio ficar menstruada e falar sentimentalidades, não foi?
Então porque repeti-las?
Trinta e trinta dias.
Fodeu.
Pobre de mim.
Tanta coisa acontecendo, nem sei por onde começar. Aliás, tanta coisa precisando ficar pelo caminho, precisando ir embora e acabar. O tormento seria outro - o de ter perdido sem começo. Mas pelo menos sairia daqui, precisa sair. Uma dor medrosa. Medo que não acabe nunca, que se perca, que mude, que troque, desconsidere. Tô com medo de trocar o duvidoso pelo certo. E não tem nada de lógico. Nada. Tô agindo fora da razão e vou me foder por isso.
Até outra etapa, mas pelo não vou errar por ter feito.

domingo, 5 de outubro de 2008

Raiva de mim mesma

Odeio servir de utilidade. Não que não goste de ser útil. Adoro ser - meu grande problema. Gosto, me faz bem. É incontrolável. Mas odeio tentar conquistar sentimentos, acreditando ser sentimentos fora da leviandade hipócrita que é comum depararmos, e no fim das contas, saber que, um percentual enorme foi por causa dessa utilidade. Se eu não for o meu melhor e demonstrar o meu melhor, fodeu. As coisas mudam de lugar como se nunca antes tivesse existido sentimentos, que acreditava eu, serem tão diferentes. Que engano. Como sou ingénua. Não aprendo nunca na vida? Odeio ser idiota assim, odeio ser útil de graça, por mais que a única utilidade bonita é a de graça. Não reclamando por eu ser. Mas sim que: por eu ser útil, uma vez não sendo, me torno outra? É entendível? Por isso achei foda escutar que a pessoa só ama verdadeiramente quando perde a utilidade, para dar espaço a significação.
Sobre a significação vou ficar calada. chateada demais por saber que, mais uma vez, as aproximações tão lindas na minha vida, foram resultados dessa bosta dessa utilidade.
Posso ser egoísta? Hipócrita?
Vou dar uma olhada no meu próprio umbigo.

sábado, 4 de outubro de 2008

Na minha cama, às oito da manhâ:

Eu tô vendo os batimentos do teu coração pelo pingente do colar.



(Barburdo e lindo: se não fosse amigo e pegação eterna de amiga, eu agarrava!)

Tanga + Kelvis

Me leva pra praia,
me joga na areia
tira minha tanga
me chama de sereia

O que foi aquilo ontem? Tanga de Sereia arrasa demais. O Lima ficou pequeno, impossível. Primeiro que a calibragem antes do show rendeu tumulto: lapadas de cana com mel e cerveja, sair sem pagar a conta e fazer pose pra dar xauzinho e soltar beijos meio tipo fã pro Kelvis. Mas a noite só foi pra Tanga, só pra eles. Com direito a subir no palco e rebolar até o chão com dedinho na boca. (Soltar a "quenga que mora em você", meio trash, baranga com caras e bocas). Me perdoem os astros, mas fiz tudo ao contrário. Me esbaldei, soltei a franga, passei mal de rir, de calor. Meus favoritos por perto deixam o mundo pequenininho, só nosso (, Cancão, Galega e o Nêgo). Meus parceiros de vertigens, de passos dançarinos desritmados. Só com vocês aquilo tudo deu certo: toda putaria só presta coletiva. Até pra dormir, pisoteados, mortos às quatro e meia com claridade e acordarmos agarrados, como se tivéssemos nos conhecido ontem.
Não tenho mais pernas e nem moral, ficaram dançando com Kelvis Duran. Kelvis, pasmo. Kelvis é uma mistura de Michael Jackson com paquito da Xuxa. Meio mito, possuído, meio bichona velha. Uma delícia. Mas forçou demais, forró com brega e voz melódica não rola. Nada barrava a desgraceira da vocalista de Tanga (sou fã!), pois só ela, minhagente, só ela me faz descer até o chão. Me sinto a gostosona do Homem do Gás.
Depois de uma semana chatérrima, provas, fuleiragens e afins: mereci.
Amém.