quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Às 17:00, em papel amarelo

Acordar de novo. Só porque agora precisa fazer algum sentido. É necessário. Mesmo que muita coisa não precise - eu preciso. Preciso que faça sentido. Assim ele sai, tem a liberdade dada por algum motivo que seja justo e não este, assim, apenas assim - existindo sem causa, por vontade impulsiva, fora do meu controle. Sou bastante orgulhosa pra querer algo que está em mim, fora do meu próprio controle. Não sei se é uma mistura de agonia com mania, adrenalina ou roubada - todos juntos. Uma dualidade perturbante que teima. Uma mistura perturbante que ousa.

Como uma subida pode desfalecer no seu ápice? Desmoronar como se desmorona um castelo-de-areia. Eu adorava castelos-de-areia quando criança, até divertia ver as ondas levarem consigo cada pedacinho construído. É uma pena: toda ingenuidade foi levada mar à dentro, só ficando a vontade de construir e o construído ido embora. Como agora, ficou sem diversão, sem onda e sem mar.
Se eu parar de criar castelos e contentar com a vontade de criá-los, eu (me) sustento?
Não é saudosismo, é uma melancolia perversa. Ardida. Eu me debruçaria diante da beleza que existe nisso tudo, se quisesse. Só pra me ver perdida - e achada -, de uma (única) vez.

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