quinta-feira, 4 de março de 2010

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Eu não tenho medo de ser idiota, de parecer idiota, de me sentir idiota. De saber disso tudo e ser idiota. Preciso me contrariar, espernear, sugar algo daqui de dentro e pôr pra fora, virar sumo, virar pó, às vezes virar nada. Se for idiotice acreditar - que seja. Se for idiotice demonstrar, que seja. Que seja sempre assim, minhas verdades cheias de idiotices. Melhor que não ter vivido, que não ter sentido, que ter deixado passar. Mais idiotice é perder a significância. É deixar obscuro, é ter medo de dizer: "fui até a beira do precipício e me joguei". É não sentir isso aqui que sinto, de cabeça. Idiotice pra mim é anular, julgar, menosprezar. É mentir pra si mesmo. É brincar com o sentimento alheio. É mudar de rumo sem saber pra onde quer ir. É querer uma coisa e fazer outra por puro orgulho, por fraqueza, por imaturidade. Por convenção ou acomodação. Se sou idiota por tá aqui, escrevendo isso, é porque mais idiota ainda é o que sinto. A idiotice me trouxe outro propósito: não anula, me engrandece pra dentro. E AINDA bem que é idiotice, porque posso sentir todos os gostos, dizer que vivi de todas as formas e que tive e-s-c-o-l-h-a. Pior são os idiotas predeterminados, que o são porque não conseguem ser nada além disso. Que foram nomeados por outros, e não por si.


Idiotice é deixar escorrer pelas mãos o que pode ser agarrado com unhas e dentes.

Idiota sou eu, é você, são os outros.

Idiotice é o que a gente não vive.

Idiota é codinome do que eu sinto.

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