quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Aqui dentro

Há dois sentimentos habitando em dimensões distintas. Parece óbvio: dois sentimentos, lados diferentes. Mas a intensidade é a mesma, e não é apenas essa diferença. Infelizmente a dor lateja. Não aquela que fica ali, perambulando, uma hora chega, outra hora vai embora. É covarde porque aparece quando estou sozinha - na maior parte do tempo, diria. É malvada porque não depende mais das minhas ações, totalmente. São parecidas porque falam, ditam, testam e revelam amor. Com dor. Parece clichê: amor e dor... Sentimentos distintamente parecidos.
Mas não é amor que peca. É a dor.
A dor de deixar ir embora o que pode voltar mais intenso e a dor de deixar ficar o que não pode voltar a ser o mesmo. Duas dores: vivas e cruas. Querendo ser salvas. Uma melancólica, unida com uma tristeza cheia de felicidade, de lembranças saudáveis, de alegrias constantes nos pequenos gestos, no amadurecimento deles, uma dor de fazer falta, que deve ser sentida. Outra é perturbadora, desesperançosa, acompanhada de uma tristeza cheia de medos, de ilusões, de nervosismo, ansiedade, receio, às vezes tem pavor.
Duas dores e um amor que se reconhecem.

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