domingo, 31 de agosto de 2008

Faz
três dias que pareço uma criança.
Falo feito criança - aquela vozinha, sabe?
Penso feito criança. Cabe tudo na minha mão, na imaginação, no tempo.
Ajo feito criança.
Só colo.
Só colo.

Faz três dias que eu não sei o que é ser racional. A não ser agora. Agora, aqui, escrevendo essa linha, parecendo adulta e dona-de-si. Parecendo até que sei explicar que coisa infantil é esta. Aqui, sabe? Dentro. Uma pincelada de cor, de riso sem sentido. Sentido. Daquelas poucas vezes que o tempo fica pequenininho, em câmera lenta e você sabe que está vivendo, mas sabe que vai passar em frações de segundos, voando. Feito passarinho, pra longe. Livre.
Uma criança.
Que escreve feito criança pra falar de um sentimento adulto.
Mas bobo, molinho, docinho, todo colorido, feito brinquedo.
Crescer sempre fez medo.
E a minha criança ainda quer nascer.
Só quer brincar de acontecer, acreditar, de rir.
Minha criança só quer existir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu só tenho uma pergunta martelando na minha cabeça hoje:

Quando a gente sabe que algo é pra valer?