terça-feira, 16 de agosto de 2011

Oi?

Tô sentindo falta de alguma de mim que ficou perdida por aí não sei quando. Cadê? Não sei  por quê quis dar as costas, ir embora, desaparecer sem avisar. Que covarde. Nem pra dar xau, nem pra dizer que não tava mais afim. Apenas foi-se. Pensou que não ia ser notada, eu acho. Que deixaria de existir na mesma linha que eu a tratava quando estava aqui. Mas existia, sim. Impregnada em alguma parte do meu corpo. Simulando algo na cabeça e nos poros. Apesar de pouco notada (valorizada), fazia parte de alguma coisa encontrável.

Se volta... não sei. Pelo fato de não ter certeza se está escondida ou desaparecida. Se camuflada ou desamparada. Se foi embora pra não mais voltar ou se foi até ali, na esquina, e está tomando coragem pra voltar. Fôlego reprimido, razão cansada, um emocional abalado de muito uso e pouco tratamento.

A verdade é que a sensação é de amargura. Como se alguma coisa aqui dentro tivesse sido quebrada e levada com ela. Minha vontade de catar os caquinhos? Até juntaria com prazer, caso ela voltasse. Mas o gosto é tão nítido. Uma sensação de toneladas nas costas, apesar da ausência. Estranho, né? Indo mais uma de mim, deveria sentir-me leve. Mas o gostinho da liberdade, assim, não tem resultado. Sempre é um estrago.

Estrago, engasgo.

Se você, perdida de mim, sentir vontade de voltar.
Volte, por favor.

Prometo reconhecê-la na primeira fagulha.

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