domingo, 15 de agosto de 2010

Atira o paralelepípedo!

Quem tem o direito de julgar um ato? De liberdade, de repulsa, de fragilidade, de embriaguez – não importa. Quem pode julgar uma ação?

Meus atos são meus atos. Sujeitos a julgamentos, mas não impostos pra ninguém. São meus. Minhas ações, minha maneira de ser alguma coisa encontrável. Inteiramente. Não me corromper pela raiva, por sentimentos menores, por imposição de desafeto – meus atos são sóbrios e necessários. Acredito, a todo custo, que mesmo aonde deveria cessar, mais exercício me disponho a fazer.

Não quero fazê-los entender por ninguém. Provações e análises: pra quê? Meus atos são egoístas e sinceros. Querem a liberdade de existirem, apenas. Querem respirar. Assinar algo com o próprio punho e no final dizer: foi isso mesmo, desse jeito, como tinha que ser, sentido assim, exposto assim.

Essas palavras são minhas. Elas não pesam mais em ninguém, do que em mim mesma. Pago o preço a juros. Carrego-as comigo. Às vezes vazias de sentido, às vezes pesadas de razões. Elas são reflexos do que acredito – e nem sempre (o que acredito) são verdades absolutas ou maneiras mais fáceis ou inteligentes de ser/agir. Mas são minhas. Com previsões, com detalhes ingênuos, com desarmonia.

Assumo-as sem covardia alguma.

Quero provar, a todo instante, pra mim mesma, que sou capaz de ser aquilo que acredito ou de tentar, ao menos, não ser mais uma suposição de caráter, de personalidade, de sentimento. É isso aqui e pronto: seco, cru, dramático. Poderia falar ironiazinhas engraçadas, aflinetadas de humor barato, contar uma história interessante e feliz. Não, isso não basta pra dizer o que quero expor. A proposta é essa: meus sentimentos são levados a sério. Não os troco e nem remedio. São engolidos à seco. (Quero testá-los até a última gota; cutucar a ferida de dentro pra fora; perceber o porquê de tudo isso existir aqui de uma forma tão determinada e profunda... quero poder usar as minhas reações pra trazer mudanças). E qualquer tentativa de disfarce, é trair o que transpiro.

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