segunda-feira, 29 de junho de 2009

Em papel, às 18h20

Como estar só dentro de um corpo que quer muito? Um sorriso que se encabula dentro de uma boca que não sabe falar. Pedidos nunca exprimidos. Vontade espremida. Não sai, não sai, não sai nunca. Gosto de quê? Amarga tanto. Chiclete velho, sacia o ilusório. Desgasta, desgasta. Me gasta. Como perde o gosto? Aprender a responder e parar de perguntar, mesmo que a resposta não chegue e a dúvida seja apenas minha.

Tenho medo de mim mesma. Das coisas que não desfruto, do mês que acaba. Da poeira que um sentimento não consumido deixa. Fuligem de olhares, de mãos perdidas, de gestos incompletos. Permanentemente cinza; os tons que mais significam. Sempre foi assim.

Tenho tédio pra não me afogar de nostalgia.

Sensação estranha de não conseguir dividir o antes, o agora e o depois - em partes que se deixam partir, mas ficam presentes bem no meio da vontade.

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