terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SÓ A LAMA CURA!

Leve a sua dor para as ruas, seus bares/seus mares, nade com ela no seco por debaixo das mesas, exponha-se, seja a vitrine de suas próprias escoriações, não se envergonhe, molhe o ombro do garçom amigo, derrame uma para o santo e entorne a próxima bagaceira com gosto de sangue e luto.
Se a vida dói, drinque caubói.
Wander Wildner, o que nossa dor idiota vai ser quando crescer? Rato de porão, rato de porão. Cubra-se do negro do luto e qual um espadachim caricato leve a sua dor para um rolê nos subterrâneos da cidade. Quando estiver bem torto, ria da sua dor como um bêbado se diverte com a sua própria sombra em farrapos.
Auto-ajuda punk-brega: não glamourize tanto a sua dor, tire onda, o amor é assim mesmo, como me disse um dia, num botequim ali perto do Parque 13 de Maio o amigo Evaldo, citando um escriba italiano cheio das grapas: o amor é um beijo, dois beijos, três beijos, quatro beijos, cinco beijos... cinco beijos, quatro beijos, três beijos, dois beijos, um beijo... e FIM e pronto.
Ninguém morre de amor nos trópicos.
Xico Sá

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