sexta-feira, 1 de agosto de 2008

FIG

Não sei se vou se não vou, de carona ou de van, se gasto dinheiro, se fico na casa de sicrana ou fulana...
Fui. Gastei dinheiro e fiquei na casa de sicrana e fulana. Ainda bem que meu humor estava delicioso, tudo era novidade e nenhuma interrogação que pudesse atrapalhar a dualidade de praquêvimXagorafudeu. Assim calmo, camuflado, extravagante. Mas foi. Minha vontade de ver Paulinho da Viola ainda existe, mas valeu a pena ver Fernanda Takai substituindo-o com Onde brilhem os olhos seus. Bossa Nova, minhagente. Das melhores porque ela homenageia Nara Leão, renovando as canções de Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Fiquei paralisada com aquela voz e aquele frio! Gente conhecida apareceu, gente que não queria ver também. Pessoas/amigos de sicrana e fulana vieram, de todas as partes, me puxando pela mão como se me conhecesse, deixei lógico. Era minha vingança, meu modo de rir de mim, minha descoberta de ser mais franca e menos exigente.
Às 4h da manhã, 13º, brilhando, fui dormir na casa de fulana - sem bolsa, sem roupas, sem nada. Só com a garganta cheia de risadas e álcool. Sábado teve direito a Boi da Macuca, a blocos líricos, a passeios por Garanhus. Lindo florido. Gente nova, com leveza. Uma leveza preocupante, na verdade. Mas nada que me perturbasse - só queria aproveitar a outra razão de estar ali - ocupada demais pra pensar. Sábado foi lindo por isso: Ney Matogrosso / Academia da Berlinda / Orquestra Imperial. Só não tive um colapso por causa dos dois suéter, luvas e vinho. Mas ver Ney cantando Porque que a gente é assim? do Cazuza, foi foda. Ney foi foda por completo. Academia da Berlinda, Academia da Berlinda, Academia da Berlinda espantou todo o inferno astral, minhas pernas e boca doíam de tanto serem articuladas. E nem terminou com Orquestra, terminou em Massilon - um barzinho pseudo-garagem, até às 9h da manhã embalada por um grupo de músicos que se juntaram pra cantar Jorge Ben, Cássia Eller, Elis, Novos Baianos, Cazuza, Cartola. Não sei como cheguei em casa: sóbria etílica, mas não racional.
Terminou com macaxeira com carne-de-sol e café-com-leite a R$5, subir ladeiras pra chegar em casa e dançar Fat Boy Slim na sala, de meia, com pessoas que nunca tinha visto na vida. Pior: escutar no corredor confissões estipuladas, aliás, pior2: caí e cairia de novo. Falar da volta não vale, não há prestigio contar que a pessoa chegou em casa com cheiro de carreteiro e um Bigmac debaixo do braço.
Tudodenovo, com algumas mudanças, mas não diferente do que fiz ou vi.

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