domingo, 24 de agosto de 2008

Cruel

Liga minha mãe: vocês vão querer ir pro ensaio de Déborah Colker? Dá pra conseguir ingressos aqui na Prefeitura. E lá fomos nós, extasiados, cheio de crianças de escolas públicas ao redor, todos eufóricos. Às 19h, ainda no ensaio, liga meu pai: olha, consegui cortesias pro espetáculo, você vão querer ver de novo? Mas lóóóóógico que sim! E foi assim, uma tacada só, um aperto só no peito e dois olhos atentos, inacreditáveis.

A dramaturgia, metáforas e sentidos são explorados no espetáculo que busca mostrar "a vida como ela é". Histórias quase sempre cruéis que se repetem no dia-a-dia das pessoas. "Cruel" se desenvolve em dois atos, divididos em quatro principais momentos. No primeiro, Baile e Família, acontece a preparação para um baile, com gestuais, situações e objetos da experiência cotidiana. Em seguida, ocorre o grande baile com pas-de-deux, movimentos líricos e a lembrança viva dos romances nos grandes salões. Serão retratados a paixão, o arrebatamento e o encontro do par perfeito. Um jogo de espelhos que se movimentam dão um tom surrealista ao segundo ato do espetáculo, Reflexos. Fragmentos dos corpos atravessam as estruturas, pessoas se entremeiam e se confundem. Nessa parte, o objetivo é fazer com que cada pessoa esteja só. É ela, o espelho e o acúmulo de suas histórias pessoais. Na ocasião, há o encontro entre o violento e o amoroso, o cruel e o sensível, o romance e a dor.

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